Imagens da série MAPAS DE RORSCHACH, no Arte Pará 2011

De outubro a novembro de 2011, o ‘ARTEPARÁ ANO TRINTA’ estará ocupando quatro museus em Belém/PA, com trabalhos de vários artistas brasileiros. Estão expostas no MHEP – Museu Histórico do Estado do Pará, na sala Manoel Pestana – Palácio Lauro Sodré, as seis fotografias da série ‘Mapas de Rorschach’ são livres interpretações inspiradas nas pranchas criadas pelo suiço Hermann Rorschach, no inicio do Séc.XX.

Pioneiro, polêmico e inconcluso – o autor morreu pouco depois de publicar seus estudos iniciais -, o método de Rorschach[1] se baseia num sistema de códigos para interpretar significados atribuídos à manchas abstratas, fundamentado no milenar hábito de projetar aspectos da própria personalidade na leitura de informações visuais aparentemente desconexas.

Acima, detalhe da montagem da série de Flavya Mutran, em exibição na sala Manoel Pestana, no MHEP, em Belém/PA.

Como espécies de cartografias elaboradas a partir de borrões em paredes, muros, pisos e tetos de Porto Alegre que remetem às lembranças de Belém, as imagens dessa série sugerem leituras de superfícies como se fossem mapas para lugares onde (re)encontro rostos que habitam entre essas duas cidades. Esses rostos feitos de manchas, são rastros de apagamentos ou reinscrições de um trânsito que não se marca por distâncias, e sim por intensidades. São vestígios de trajetórias inconclusas como as pranchas deixadas por Rorschach que apontam para lugares utópicos, mentais. O rosto, percebido de longe e que se dilui na proximidade do detalhe, se estabelece como o território do afeto, onde a imaginação trafega livre de códigos e até da própria linguagem adotada como plataforma de exibição.

Para saber mais sobre o Arte Pará, acesse: http://www.frmaiorana.org.br


[1] Hermann Rorschach se inspirou em um popular jogo do século XIX chamado de Klecksographie – Klecks = mancha de tinta + graphie = escrita, em que os jogadores criavam pequenos poemas a partir de manchas de tinta.

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